Burnout – a doença do século XXI?

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Escrito por

Marina Pinho

Communication Manager

O mundo do trabalho atual, principalmente nos países ocidentais, exige cada vez mais tempo, disponibilidade e trabalho por parte dos trabalhadores, o que leva a que muitos se sintam ansiosos, exaustos, esgotados e, consequentemente, em burnout. 

Só mais um email!” - Muitos são os trabalhadores assombrados por esta frase que passam longas horas no escritório a terminar “só mais aquela tarefa rápida”, para no dia seguinte voltarem ao mesmo ciclo.

Todos estes sintomas podem contribuir para que se experiencie o tão falado burnout, que afeta negativamente, não só o trabalho realizado como a sua própria saúde física e mental. Os trabalhadores em situações de burnout sofrem de cansaço emocional severo, sentindo-se isolados e desmotivados, sendo muitas vezes acompanhado por sintomas físicos. Podem, ainda, afastar-se dos seus colegas e modificarem o seu comportamento, ficando, por exemplo, mais irritados ao ponto destes se  aperceberem.

O burnout pode ser causado por vários tipos de situações. Entre as mais comuns encontram-se as longas horas e o excesso de trabalho, as relações interpessoais disfuncionais ou as pressões de lidar com um cliente difícil. Para além disso, a falta de trabalho também pode contribuir para que os colaboradores se sintam stressados, bem como o tipo de tarefas realizadas e o próprio ambiente físico do local de trabalho.

De acordo com um estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), publicado em 2018, três em cada dez trabalhadores demonstraram sentirem-se emocionalmente cansados devido ao seu trabalho e 22% revelaram já ter recorrido a medicação para combater o stress.

Burnout - Ilustração de homem cansado com uma chave nas costas

Então, como se pode combater esta doença do século XXI?

O burnout é fruto de uma relação disfuncional entre o trabalhador e o seu local de trabalho. Assim, as melhores técnicas para o combater terão de aliar esforços das duas partes. Abaixo, ficam algumas formas simples que podem ser implementadas por todos aqueles que procurem reduzir a probabilidade de sofrerem de burnout:

  • Limite o número de horas de trabalho: Muitas vezes, os trabalhadores em situação de burnout, para além de trabalharem muitas horas, não se conseguem desligar do trabalho após saírem da empresa. Assim, é importante que controle o número de horas passadas a trabalhar ou a pensar sobre o trabalho e que comece a dar lugar a outras partes importantes da vida.  

  • Saiba dizer “não”: O acumular de tarefas torna-se não só um fator de risco que contribui para o burnout, como também diminui a qualidade do trabalho realizado. Aprenda a dizer “não” àquelas tarefas que não considera urgentes ou que considera que podem ser delegadas.

  • Delegue: O saber dizer “não” implica que também saiba delegar. Tem mesmo de fazer todas as tarefas que lhe surgem? Será que não pode pedir àquele colega com quem se dá tão bem?

  • Aprenda a gerir bem o tempo: Comece a priorizar o mais importante, a minimizar as interrupções (principalmente as eletrónicas!) e a agendar tempo para si e para fazer aquilo que gosta.

  • Faça algo de diferente: Mude a rotina. Altere o local onde almoça, o caminho que faz para o trabalho ou a música que ouve no escritório. Desta forma, estará a mudar a sua perspectiva, o que poderá contribuir para que se sinta mais criativo e com energia para enfrentar os projetos que tem em mãos.

  • Vá de férias!: As férias existem para serem gozadas. Estudos mostram que os níveis de stress diminuem drasticamente após o período de férias. Estas não só beneficiam o bem estar físico como o psicológico, algo extremamente importante e que beneficia não só o trabalhador como a sua  performance no trabalho.

Lembre-se que o burnout pode afetar qualquer um, por isso, esteja atento aos seus sintomas e aos daqueles que o rodeiam. O trabalho pode esperar, a sua saúde não!

Fontes:

Joseph, S. V. (2019, fevereiro 24). Experiencing Burnout? Two guaranteed ways to bounce back. Forbes

Lusa (2018, setembro 25). Um em cada três trabalhadores em risco de burnout. Público.

McCormack, N., & Cotter, C. (2013). Managing Burnout in the Workplace. A guide for information professionals. Oxford, United Kingdom: Chandos Publishing.

Zhang, C., Myers, C. G., Mayer, D. M. (2018, setembro 4). To cope with stress, try learning something new. Harvard Business Review